Sobrevoo:
artes plásticas e pandemia
Abordagem
comportamental e criativa do artista em tempo “pandemônico” (a grafia
propositadamente errada, talvez seja um neologismo que se aplicaria melhor),
foi tema de amplos estudos e exteriorização de pensadores; sugiro,
exemplificando, a leitura de ARTES VISUAIS EM TEMPOS DE PANDEMIA do Professor Wilson
Cardoso Junior(http://observatorioedhemfoc.hospedagemdesites.ws/observatorio/wp-content/uploads/2020/05/NVersao-Arte-em-Tempos-de-Pandemia.pdf)
Mas vamos
juntos pintar um pouco este triste quadro, usando a paleta austríaca do grande
Egon Schiele, vendo sua mulher grávida Edith ser atingida pela pandemia de 1918;
seu quadro A Família é de forte impacto, a indiferença passa longe, assim como
longe passa o Autorretrato Após a Gripe Espanhola de Edvard Munch, que se mostra amarelado e abatido
em 1919: forte a similaridade fisionômica pesada e angustiante com sua famosa
tela O Grito !
Dando um “refresh”, no conceito informático e da palavra de “per si”,
o disputado e mais caro artista do UK David Hockney, isolado
na Normandia, trata nossos dias atuais com frescor de sua abordagem jovial
perto de seus 90 anos, uma leveza de quem olha a história pela íris nada “dark”
, que nos sufoca atualmente. Sem abatimento criativo neste tempo de reflexão e
introspecção, vejo-me alimentado: o isolamento, sem histeria, reforçou meu auto
diálogo, com estranha força alimentada desde meu cordão uterino, por genes
desconhecidos; no meio agreste, muita música e poucos amigos, sigo minha sanha
criativa nas pinturas abstratas, sempre... sempre transpirando emoção!
Desta pandemia, restará percepção diferenciada de
nós mesmos e dos que nos cercam...... ou não?!
Jorge Ismael
- julho/21